sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Adoração dos Magos, Domingos Sequeira, Lisboa

Ave!
O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) será sempre tema recorrente neste blogue. São inúmeras as razões que me podem levar a divagar demoradamente sobre o seu espólio majestoso. Mas, considerando o ano 2016 em particular, que trouxe a abertura da nova galeria de escultura e pintura Portuguesas, e a memorável campanha “Vamos pôr o Sequeira no lugar certo”, e o facto de estarmos na época de Natal, não haverá melhor desculpa para evocar a Adoração dos Magos, de Domingos António Sequeira, pintado em 1828.


Este quadro magnífico, de um pintor Português até aqui pouco conhecido do público, foi adquirido em 2016 pelo museu graças a uma bem-sucedida campanha de angariação de fundos, promovida pelo MNAA e seus parceiros. Numa mobilização notável da sociedade Portuguesa, mais de 15 000 particulares participaram nesta iniciativa, que possibilitou inclusive que alguns professores explicassem aos seus alunos a importância da Arte e da museologia, e os levassem a contribuir, enquanto escola, na campanha.
A obra é verdadeiramente magnífica, e tem uma capacidade invulgar de apelar ao observador. Não me lembro de ter visto muitos quadros onde o efeito da luz seja tão intenso e imperioso. A cena está recheada de personagens cativantes, perfeitamente individualizadas, e com cores de uma riqueza espectacular. Salta à vista o homem de barba vestido de azul claro, na parte esquerda do quadro. Mas somente como elemento secundário, pois o olho de qualquer observador é monopolizado pelo tema central da obra.
Não me vou fazer passar por entendido na matéria, e portanto citarei o próprio MNAA a respeito do autor:
Treinado em Roma como pintor de História, no período entre 1791 e 1807, Domingos António de Sequeira abordou, sobretudo, episódios medievais, ligados à gesta dos primeiros reis de Portugal, quase sempre comissionado pela Casa Real, com destino a Mafra ou ao novo palácio da Ajuda. Levadas para o Brasil pela família real, em 1807, muitas destas obras mantêm-se por localizar. (fonte)
Mas, como sempre, melhor do que qualquer descrição, o ideal é dar um salto ao MNAA e descobrir o quadro ao vivo e a cores. E que cores!




Addendum
Galleria Sabauda, Turim

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